quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Quando o próprio amor vacila

Adoro cortinas
Que se abrem
Adoro o silêncio
Antes do grito
Adoro o infinito
De um momento rápido
O instrumento gasto
O ator aflito
O coração na boca
Antes da palavra louca
Que eu não digo
Adoro te imaginar
Mesmo sem ter te visto
Adoro os detalhes
Olhares, atalhos
Botões
Adoro as pausas
Entre as cancoes
Soluções da natureza
Riquezas da criação


Coração Na Boca
Zélia Duncan
Já não procuro a palavra exata

que me pudesse explicar:

ando pelos contornos onde todos os significados

são sutís,

são mortais.

Não busco prender o momento belo:
quero vivê-lo sempre mais com a intensidade que exige a vida,
com o desgarramento do salto e da fulguração.
E me corto ao meio e me solto de mim,duplo coração:
a que vive,
a que narra,
a que se debate
e a que voa-
- na loucura que redime
da lucidez


(Lya Luft)

domingo, 26 de setembro de 2010

Sabedoria do Mundo

Não fiques em terreno plano.
Não subas muito alto.
O mais belo olhar sobre o mundo
Está a meia encosta.

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"

Paraíba.

Bucólica e carismática, João Pessoa, capital da Paraíba, cresce a cada ano como um dos fortes centros turísticos do Nordeste. Conhecida por várias denominações como “Segunda cidade mais verde do mundo”, “A terra do sol madrugador” e “Terceira cidade mais antiga do Brasil”, a que melhor expressa João Pessoa é “Onde o Sol brilha primeiro”. Ela está situada no ponto mais extremo das Américas, a Ponta do Seixas, onde fica o Farol do Cabo Branco, local mais próximo do continente africano. Por esse motivo é em João Pessoa onde o Sol brilha primeiro todas as manhãs no Brasil. A Ponta do Seixas é o único ponto extremo brasileiro que é, ao mesmo tempo, extremo do país e do continente americano.

João Pessoa foi fundada às margens do Rio Sanhauá já com o status de cidade, e não de vila, em 5 de agosto de 1585, com o nome de Nossa Senhora das Neves, santa do dia em que a cidade nasceu. Durante os anos, ela recebeu diversos nomes: Filipéia de Nossa Senhora das Neves, em 1588, em homenagem ao rei Filipe II da Espanha; Frederikstadt, em 1634, durante a ocupação holandesa no Brasil; novamente Nossa Senhora das Neves, com a reconquista dos portugueses em 1654; Parahyba do Norte, em 1817, e, por fim, João Pessoa, em 1930.

O seu nome atual é em homenagem ao então governador paraibano João Pessoa, assassinado em 1930 quando concorria como candidato a vice-presidente na chapa de Getúlio Vargas. O ato é considerado por alguns o motivo para o início da Revolução de 30, mas ainda hoje não se sabe se houve algum tipo de conotação política no assassinato.

Durante o século XX, João Pessoa perdeu importância econômica para Campina Grande, segunda maior cidade em população do estado da Paraíba. Com a sua economia praticamente estagnada na primeira metade do século, a capital paraibana foi até os anos 60 uma capital administrativa, com Campina Grande como o principal pólo industrial e comercial do estado. A partir dos anos 60, João Pessoa ganhou novas indústrias devido a investimentos privados e dos governos Estadual e Federal, e assim ela reafirmou a sua posição como principal cidade da Paraíba em termos econômicos.

Uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2007 mostrou que a cidade possui aproximadamente 675 mil habitantes divididos em 64 bairros, sendo que o maior deles, Mangabeira, tem aproximadamente 100 mil. O clima da cidade é quente e úmido com uma temperatura média de 26ºC. Em novembro, mês das Olimpíadas Escolares, a temperatura deve oscilar entre 23ºC e 29ºC, sem muitas chuvas.

O pessoense tem a preocupação de preservar a natureza, com mais de 7m² de floresta por habitante. Por causa dessa preocupação ecológica, a cidade recebeu no evento ECO-92 o título de “segunda cidade mais verde do mundo”, ficando atrás somente de Paris.

Atualmente, a região Nordeste do Brasil não adota o horário de verão, portanto os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país devem atrasar o relógio em uma hora quando forem visitar João Pessoa.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

♪ Eu sei que atrás deste universo de aparências
das diferenças todas a esperança é preservada
nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido
mas existe uma palavra que eu não suporto ouvir
e dela não me conformo
eu acredito em tudo, mas eu quero você agora
eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes
pelas tuas loucuras todas, minha vida
eu amo as tuas mãos mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas
amo teu jogo triste
as tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo
eu amo a tua alegria
mesmo e fora de si eu te amo pela tua essência
até pelo que você podia ter sido
se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco
eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo
quando sozinha eu bordo mais uma toalha de fim de semana
eu te amo pelas crianças e futuras rugas
eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis
amo teu sistema de vida e morte
eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual
eu te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras
eu te amo desde os teus pés até o que te escapa
eu te amo de alma para alma
e mais que as palavras
ainda que seja através delas que eu me defenda quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis quando o próprio amor vacila. ♪

- Maria Betânia

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Este eu dedico... rsrs

O mistério te assusta ou te fascina?

- Como é tolo alguém que olha para o horizonte no insensato desejo de penetrar no vazio. (pensamento)
- A música e o nada possuem o poder de te mandarem para dentro; suave deleite. (pensamento)
Sempre há um momento em que alguém te diz algo que suspende aquele instante e te abre a uma nova perspectiva. O que acontece depois disso? Bom, você vai mais fundo.

- Você dá muitas voltas antes de falar o que realmente quer.
- Faço isso?
Não há nada de errado com a objetividade. Concordo. Mas não se aplica a tudo e não explica tudo. Olho no espelho e vejo nos meus olhos coisa demais, umas me encantam, outras me dão medo. Estamos constantemente buscando fora aquilo que nos faça entender um pouco do que já há dentro. Pedaços de um quebra-cabeça gigante que cria o caos mais organizado possível.

-Você é muito misteriosa.
- Para te fazer chegar mais perto. Vem aqui?*
(*na rede)
Gosto de pensar que o mistério é revelador e nesse caso entendo porque há sempre aqueles que preferem manter uma relação mais diplomática. Sabe aquele rabisco despretensioso no início que depois toma a cena e toma forma? È aquela observação descuidada que prende sua atenção e te revela o que você ainda não havia percebido.

- Tá fazendo o que?
- Escutando música, quer ouvir?

O fato é que há sempre o que buscar nas próprias marcas de pegadas e em outras. O mistério acaba sendo o jogo do descobrimento de si mesmo ou de outros. Caso receba um convite não espere que venha especificado hora e local. Essa não é uma daquelas portas onde se toca a campainha para entrar, mas sim aquelas que abrem ao se aproximar.


E.M.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

"Venham até a borda ,ele disse.
Eles disseram :
Nós temos medo.
Venham até a borda,ele insistiu.
Eles foram.
Ele os empurrou...
Eles voaram."
"Não saio muito bem em fotografias
Porque meu melhor lado
a foto não pega,
não me faz bela
ou me faz juz.
Porque meu melhor lado
não é o esquerdo.
nem o direito.
É o de dentro"
A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar
para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há
nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas
quando a gente as tem na mão e olha devagar para
elas.


FP